Gladiadora
Há uns dias terminei Gladiadora, da Catarina Silva. Estava muito entusiasmada, primeiro por ser uma autora portuguesa, depois por causa do blurb:
“Perfeito para fãs de Trono de Vidro e Os Jogos da Fome, Gladiadora é um épico de fantasia arrebatador, repleto de ação, intriga e personagens inesquecíveis.”
Gosto muito destas duas séries, então comprei logo o livro em pré-venda e tudo.
A narrativa acompanha Genevieve Silvester, condenada aos combates na arena por um crime indescritível. Renomada como a gladiadora mais temida do império, ela é enviada a Whitecliff, uma fortaleza isolada onde “matar ou morrer” é a lei. Lá, Genevieve tem de lutar não só pela própria vida, mas também contra os segredos do seu passado, enfrentando inimigos tanto externos como internos.
Tenho visto no Goodreads e no Instagram apenas boas críticas, e odeio ser do contra, mas este livro não foi para mim. Não senti qualquer ligação com nenhuma das personagens, nem me foi mostrada qualquer química entre o suposto casal principal. Muito provavelmente o problema aqui sou eu.
Este livro é muito de “dizer o que aconteceu” em vez de “mostrar o que está a acontecer”. Eu, numa fantasia, preciso que me mostrem — caso contrário, na minha opinião, soa apenas a preguiçoso. Talvez por isso o livro tenha tão poucas páginas... É raro termos um livro de fantasia curto, porque o mundo onde a narrativa se insere precisa de ser bem explicado. Neste caso, fiquei sem entender praticamente nada e sem vontade de continuar, caso venha a ser uma série.
Achei que muita coisa não foi explicada — como as regras de Whitecliff — ou então foram mencionadas muito de passagem. Durante o livro, é referido o “código da fortaleza”, mas nunca é realmente explicado, apenas atirado para nós de forma um pouco aleatória.
Queria mesmo gostar deste livro. Vejo potencial, mas ficou muito aquém.
Ainda assim, se gostas de personagens femininas resilientes, mundos repletos de intriga e do lema “matar ou morrer”, este pode ser o livro ideal para ti, especialmente em língua portuguesa. A escrita é direta e as reviravoltas tornam Gladiadora uma adição interessante para quem aprecia fantasia nacional.
A Leitora